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Heterose entre zebuínos puros comprova eficiência em prova de ganho de peso a pasto


A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) divulgou os resultados da primeira etapa, de uma série de três, da terceira edição do programa Zebu: Carne de Qualidade. A fase avaliou o desempenho de 109 garrotes dos grupamentos genéticos 1/2 Brahman 1/2 Nelore, 1/2 Guzerá 1/2 Nelore, 1/2 Sindi 1/2 Nelore e 1/2 Tabapuã 1/2 Nelore, durante 280 dias de prova de ganho de peso a pasto. 

No período, foram realizadas 11 pesagens, com intervalos de 28 dias, sendo a primeira pesagem em junho do ano passado e a última, no dia 20 de março deste ano. Para apontar o ganho de peso médio de cada grupo genético, foram descartadas as pesagens durante os primeiros 56 dias de adaptação dos animais, sendo consideradas as pesagens a partir do dia 8 de agosto de 2022, totalizando 224 dias de prova efetiva de ganho de peso a pasto.

Veja o ganho médio de cada grupo genético:


- 1/2 Brahman 1/2 Nelore
Ganho médio diário de 700 gramas
Idade ao término da prova de ganho de peso: 535 dias
Peso médio de 405 quilos
Peso ajustado para 550 dias de 415 quilos 


- 1/2 Guzerá 1/2 Nelore 
Ganho médio diário de 680 gramas
Idade ao término da prova de ganho de peso: 535 dias
Peso médio de 415 quilos
Peso ajustado para 550 dias de 425 quilos 


- 1/2 Sindi 1/2 Nelore
Ganho médio diário de 600 gramas
Idade ao término da prova de ganho de peso: 535 dias
Peso médio de 345 quilos
Peso ajustado para 550 dias de 354 quilos 


- 1/2 Tabapuã 1/2 Nelore
Ganho médio diário de 694 gramas
Idade ao término da prova de ganho de peso: 535 dias
Peso médio de 407 quilos
Peso ajustado para 550 dias de 417 quilos 

O pesquisador da Epamig, Leonardo Fernandes, que acompanhou diretamente o desenvolvimento dessa etapa do programa, explica que os animais iniciaram a fase de avaliação com idade média de oito meses e peso médio de 223 quilos. Eles foram colocados em sistema de manejo rotacionado, em 27 hectares de pastagens, divididas em dez piquetes, formados com capim BRS Paiaguás. “A ideia principal de usar esse capim indicado para níveis tecnológicos médio e alto é justamente a facilidade do criador em adotar um sistema parecido e obter a produtividade semelhante à que observamos nessa etapa. Todos os grupos genéticos tiveram um bom desenvolvimento até o momento”.

No período da seca, até o fim de outubro, a alimentação dos animais foi complementada com silagem de milho (1,1% do peso corporal em matéria seca) e suplemento proteico energético com 24% de proteína bruta (0,5% do peso corporal). A partir de novembro, no período das águas, a silagem foi retirada, permanecendo a oferta de suplemento proteico energético com 12% de proteína bruta (0,4% do peso corporal). “Esse manejo permite que os animais consumam o capim no momento adequado do ponto de vista da qualidade e quantidade, o que reflete o bom desempenho observado”, acrescenta o pesquisador da Epamig. 

Após a pesagem final, os animais foram classificados considerando o regulamento adaptado das provas de ganho de peso oficializadas pela ABCZ: Escore de Avaliação Visual (tipo) pelo método EPMURAS, aplicando-se apenas EPM (AT), Peso Calculado aos 550 dias de idade (PC550), Ganho em Peso Diário (GPD), Ganho em Peso (GP), Ganho Médio Diário (GMD), Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea entre a 12ª e 13ª costela (EGS) e na picanha (P8). 

O gerente de Melhoramento Genético da ABCZ, Lauro Fraga Almeida, ressalta que os resultados desta etapa demonstram o trabalho bem-feito pela ABCZ e pelos criadores. “O sistema de criação utilizado no programa pode ser replicado em todo o país. Disponibilizando boas condições de manejo alimentar, os grupos genéticos zebuínos apresentam bom desempenho, com eficiência e lucratividade. Vale lembrar que ao final dessa etapa, em que os animais estão com idade aproximada de 18 meses, fazemos também a ultrassonografia de carcaça, que nos permite classificar os exemplares com melhor carcaça frigorífica, indo direto ao objetivo do programa”. 


Confira no final do texto os resultados detalhados por grupamento.


Segunda Etapa 

Desde o dia 20 de março, os animais foram separados em 4 grupos genéticos, para o início da prova de Eficiência Alimentar, que terá duração de 84 dias, sendo 28 de adaptação e 56 de prova efetiva. Durante o confinamento, será mensurado o consumo alimentar residual (CAR), medidas de peso (PC ajustado à idade média do grupo), ganho em peso (GP), ultrassonografia de carcaça para área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EGS), espessura de gordura na picanha (P8) e marmoreio (MAR). Ao final desta etapa, os animais serão submetidos ao Abate Técnico, quando também serão avaliados. 

A equipe técnica do programa Zebu: Carne de Qualidade é multidisciplinar e conta com pesquisadores e técnicos da ABCZ, Embrapa, Epamig, Esalq, Fazu, Intergado, Unicamp, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Viçosa e Premix.


Produção sustentável


Para a terceira edição do programa, a ABCZ aderiu aos conceitos de produção de carne sustentável (Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono) que, em seus processos de produção, tem o metano emitido pelos animais neutralizado ou reduzido por meio do sequestro de carbono. O objetivo é incentivar os criadores às práticas sustentáveis. 


As emissões são neutralizadas através das árvores plantadas na mesma área dos animais, com adoção da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Trinta e dois animais dos quatro grupos genéticos foram escolhidos, aleatoriamente, dos quais 16 foram colocados em área de pastagem arborizada e os outros 16 em área sem arborização. 


O estudo é acompanhado de perto pela pesquisadora da Embrapa, Giovana Maciel. “A Carne Carbono Neutro é uma marca-conceito, criada pela Embrapa, que visa atestar a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta), por meio de uso de protocolos específicos que possibilitam o processo de certificação. Seu principal objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo através do sequestro de gases de efeito estufa e sua fixação nas raízes, tronco e folhas das árvores e pastagens. Além disso, a presença das árvores gera melhoria no bem-estar animal devido à sombra e diminuição da velocidade do vento, preceitos que fortalecem a produção de alimentos de forma mais consciente’, destaca Giovana.

 

 

Fonte: ABCZ

 

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